Metodologia

Índice de Adoção de Políticas Públicas

Experiências internacionais e pesquisas científicas indicam que o distanciamento físico entre pessoas é a maneira mais eficaz de conter a disseminação do vírus SARS-CoV2 que causa o COVID-19.

O Observatório oferece um índice de políticas públicas que resume as ações dos governos estaduais para promover a distância física. Este índice é calculado com base nos seguintes três fatores:

1) o número de medidas de políticas de saúde adotadas por cada governo, de uma lista de 10 medidas recomendadas;

2) o rigor de cada medida adotada;

3) o número de dias entre a data do primeiro caso detectado no país de COVID-19 e a data de adoção de cada medida.

A lista de medidas consideradas no índice de adoção de políticas do Observatório é baseada em uma ferramenta desenvolvida pela Universidade de Oxford, o Oxford COVID-19 Government Response Tracker (OxCGRT) 5.0. Este último compara a resposta de países à pandemia, em nível nacional, acrescentando medidas de diferentes naturezas (saúde, economia, etc.).

No Observatório, selecionamos exclusivamente as medidas de saúde que estão ao alcance dos governos subnacionais e codificamos suas aplicações em áreas diferentes de cada país. As medidas são as seguintes:

  1. Ordem para permanência domiciliar;
  2. Restrições em número de pessoas em reuniões em grupos;
  3. Fechamento de escolas;
  4. Fechamento de empresas e lugares de trabalho;
  5. Cancelamento de eventos públicos;
  6. Fechamento de transporte público;
  7. Uso de campanhas para informação pública;
  8.  Restrições de viagens intra-estaduais;
  9. Restrições de viagens internacionais;
  10. Uso obrigatório de máscaras ou proteções faciais.

Para o cálculo do nosso índice, codificamos se cada medida está em vigor para cada dia, a partir da data do primeiro caso detectado no país. Se a medida estiver em vigor, para considerar o rigor da mesma codificamos se sua aplicação é parcial ou total. Os valores possíveis para cada medida são “0” (não eficaz), “0.5” (implementação parcial/não-obrigatória), e “1″ (implementação total/obrigatória). Assim, cada estado recebe uma pontuação diária entre 0 e 10, resultante da soma de diferentes dimensões.

O próximo passo é ajustar o valor do índice pela data de adoção de cada política. Já que agir a tempo é essencial para evitar um aumento exponencial no número de casos, esse valor permite que o ritmo de implementação preventiva entre diferentes estados seja considerado. A adoção antecipada desde a data do primeiro caso do COVID-19 resulta em valores mais altos no índice. Por outro lado, adoções tardias resultam em valores mais baixos no índice.

Com base nessa metodologia, o intervalo possível de valores no índice de adoção de políticas é de 0 a 100. Valores mais altos indicam que mais medidas foram tomadas, com maior rigor e mais cedo. Valores mais baixos indicam menos medidas, menor rigor, e suas adoções tardias para conter o COVID-19. Deve-se notar que um máximo de 100 é um valor teórico, pois implicaria a adoção completa das 10 medidas desde o primeiro dia da pandemia no país.

Em suma, o Índice de Adoção de Políticas Públicas é um retrato atualizado diariamente e preciso da resposta de cada governo estadual para conter a disseminação do COVID-19.

Mobilidade

O Observatório também relata o grau em que a mobilidade populacional foi reduzida nos diferentes estados de cada país, em comparação ao período anterior à pandemia. A mobilidade populacional é uma aproximação do nível de conformidade com as recomendações sobre distância física entre pessoas.

A mobilidade relatada no Observatório é baseada em dados fornecidos pelo Google sobre viagens a locais de trabalho, supermercados e farmácias, parques e praças, estações de transporte público, e lojas de locais de prazer. Após excluir a categoria residencial do Google, o índice reflete a média móvel de sete dias para dados de mobilidade em visitas a locais de trabalho, varejo e lazer, parques e praças, estações de transporte público, e uso de mantimentos e farmácias. Uma descrição é encontrada aqui: https://www.google.com/covid19/mobility/

Com base nesses dados, o Observatório apresenta a média móvel dos últimos sete dias (em vez do valor diário) para cada estado e dia a partir da data do primeiro caso do COVID-19 no país. Para fins de análise neste Observatório, a média móvel de sete dias é um indicador mais estável, demonstrando sucesso em manter a população em casa independentemente das pequenas flutuações diárias.